sexta-feira, 24 de abril de 2009

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Se um dia eu me matar. Jogando o secador elétrico na banheira, cortando os pulsos, tomando veneno mortal, se jogando do Acaiaca e cair em pleno cruzamento estatelada, pulando no fosso do metrô, puxando a arcada superior pra cima e a inferior pra baixo, assim. Seria cômico... Existe uma bigorna que amarrei no teto. Amarrada por uma corda que está sendo queimada por uma vela, que aos poucos vai desfazendo-a enquanto saboreio os últimos momentos de minha vida cruel, antes que o pedaço de aço maciço comprima minha cabeça contra mim mesma. O vento que entra da janela vai apagar a vela inúmeras vezes. No vai e vem pra reascender a vela, a campainha vai tocar, e neste exato momento a bigorna vai cair, atravessar o chão do meu apartamento, e matar a velhinha do andar de baixo.

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